6 de out. de 2009
Conto de Verão
3 de out. de 2009
Almost
Ela odiava isso, toda essa entrega que acontecia com um só toque dele. Como esse menino era capaz de fazer isso com ela? Ele tinha cara de criança, atitudes de criança, mas quando estavam só os dois, ali, sozinhos, ele se transformava. Virava um homem com vasta experiência no assunto, que sabia o que fazer, na hora e lugares certos.
Sentiu a mão dele deslizar com “precisão” por suas costas. Não era possível que ele estava “jogando” daquela forma com ela! Estavam na casa dos avós dela, diante de toda a família e a última coisa que ela queria era estar ali. Se não fosse o compromisso com os familiares ela já teria levado ele para qualquer canto escuro e bem escondido para que ela pudesse “dar o troco” nele da mesma forma que ele fazia com ela agora.
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De verdade, eu estava impressionado com o auto controle dela. Se ela estivesse fazendo isso comigo definitivamente eu não conseguiria discutir sobre a imigração européia no séc. XIX com duas primas nerds. Eu já estou me animando aqui e não é a minha nuca que está sendo beijada nem as minhas costas que estão sendo arranhadas. Modéstia à parte eu definitivamente sei como fazer tudo isso sem que ninguém perceba. Ainda bem, aliás, porque a gente ta no meio de uma reunião da família dela (lê-se muitos primos e tios superprotetores) e eu dou valor à minha vida.
Graças a Deus! As primas foram embora e agora só restou nós dois na mesa. Eu já posso sentir as engrenagens do cérebro dela trabalhando em um plano ardiloso para me dar o troco.
Ah, não. O que essa mão ta fazendo aqui na minha coxa? Não, não, não. Tô ferrado, o jogo começou. E a pior constatação? Ela é melhor jogadora que eu.