31 de dez. de 2009

Pode ser sem título?

Só vou dizer os nomes das pessoas que foram importantes para mim esse ano. Não há ordem de importância ou algo do tipo,todos têm suas singularidades. Ordem por memória!
Daninho,Laurão,Gabi,Rodrigo,Isa,Paulet,Nath,Ash,Cat,Gustavo,Geber,Laís e Andressa (as duas).
Obrigada a vocês por tudo. Pra vocês,desejo tudo que quero,mas em dobro.

30 de dez. de 2009

Happy New Year

-Olha, aqui, seu idiota, eu já disse que não te traí, você quer mesmo terminar o nosso namoro por causa do imbecil do seu amigo? Beleza, termine, eu to nem ai, fico melhor sozinha. Agora saia da minha casa, é o ultimo dia do ano e eu preciso me arrumar pra festa na casa da Bianca.

-A gente termina o namoro e duas horas depois você já vai pra uma festa? Quanta sensibilidade.

- Eu não terminei namoro nenhum, você que ta aí achando que foi traído. O único que poderia te trair é esse seu ego imenso. Você realmente acha que eu ficaria em casa me lamentando por causa disso? No último dia do ano? Jamais.

-Sempre a Rainha da educação e da sinceridade, ?

- Você já acabou esse seu discurso? Tá realmente me dando sono e eu não quero chegar na festa cansada. Vou ter que contar até quanto pra você sair? Vou gritar meu pai, ele não vai gostar de ser incomodado, você o conhece.

-Então é isso, acabou assim?

-O que você quer que eu faça? Rasteje aos seus pés implorando perdão por uma coisa que eu não fiz? Se você ta esperando isso de mim veio à pessoa errada. Ah, Feliz Ano Novo.

14 horas depois...

-Eu pensei que fosse piada quando minha mãe me disse. Levanta, agora.

-Como foi sua passagem de ano, amorzinho?

-Eu não sou seu amorzinho, quantas vezes terei de te dizer isso? Aliás, como você convenceu minha mãe a te deixar ficar aqui esse tempo todo? Tira os seus pés imundos da minha cama. Obrigada.

-As pessoas normais se solidarizam umas com as outras no Ano Novo, sempre foi assim. Só que você não sabe ? Você não é normal. Mas me explique, porque a preocupação? Você sempre disse que não se importava, quem lavava era a máquina mesmo... resolução de Ano Novo? “Prometo ter mais respeito com o trabalho dos eletrodomésticos de minha casa...”

-Olha, eu cheguei agora e to muito a fim de tomar o café da manhã com os meus pais tranqüila. Não quero me estressar no primeiro dia do ano, será que você pode, por favor, ir embora da minha casa? E eu sempre me importei, você nunca colocou os pés calçados na minha cama.

-Café da manhã? Ótimo, to morrendo de fome. Você vai ficar parada ai ou vai vir também?

- Eu mereço.

- Tá legal, você não merece, ok? Eu vou deixar de ser inconveniente, mas você pode me escutar um instante, por favor? Prometo que serei sucinto.

-Você já perdeu 10s com essa conversa mole.

-Olha, eu menti, ta legal? O Léo não me falou nada; ele não te viu na lanchonete com um cara alto e bombado. Quem inventou tudo isso fui eu.

-Você? Eu sempre soube que você não era normal; mas chegar a esse ponto? Chegar ao ponto de inventar que foi traído? Tudo isso por quê? Você ta assumindo de vez que é o covarde que eu sempre achei que fosse e inventou essa mentira descarada pra ter um motivo pra terminar comigo? Porque você não tinha coragem de dizer na minha cara “Eu não gosto mais de você, quero terminar”?

-Não, não é por isso, me deixe explicar, por favor. Eu sei qu-

-Não, não se dê esse trabalho, por favor. Vai ferir seu ego ter que se rebaixar e se explicar desse jeito para mim. Vou poupar sua voz: eu nunca gostei de você e quero terminar, satisfeito? Ah, esclarecendo, o cara não era bombado e nós estávamos na praia, não na lanchonete.

1 de nov. de 2009

Lugar Qualquer

As luzes mudaram e um arco-íris tomava conta do palco. Todos se movimentavam na mesma direção;todas as ações estavam conectadas e convergiam para o mesmo lugar. A cortina era aberta e a adrenalina disparava,em um fluxo sem fim,pelos corpos.
Os primeiros acordes foram dados e,por um instante, eu senti o poder que a música tinha. Era um aglomerado de pessoas que não se conheciam,não faziam ideia da existência alheia,mas,mesmo assim, naquele momento, compartilhavam os mesmos sentimentos.
Era perceptível que cada um reagia à energia recebida dos músicos de uma forma. Uns dançavam sem se importar com o resto;outros se abraçavam (bizarramente,talvez) tentando compartilhar toda a euforia com alguém,com quem quer que fosse;outros lançavam sorrisos contidos e balançavam-se um tanto quanto tímidos no ritmo da batida.
Por um momento,enfim,me desliguei do resto. Pude ouvir os acordes iniciais da minha música preferida e senti como se,naquele momento, as ondas musicais me fizessem levitar. Eu poderia estar em uma nuvem ou em um colchão de vidro,nada me tiraria dali. A música mudava minha vida e eu não percebia.

6 de out. de 2009

Conto de Verão

A lua refletia no rio que fluía calmamente em direção ao mar. Só se ouvia o barulho de leves passos que faziam uma pequena pressão sobre a terra úmida. Era Dezembro,a noite estava quente e propícia para um passeio.
Ela se sentou em um tronco apoiando o queixo nos joelhos,como se tentasse se proteger de alguma coisa. Esperou durante quinze minutos até escutar o barulho de um carro estacionando em uma das vagas ao redor da "Área de Lazer do Rio Flinch".
Se levantou,achava melhor esperar seu agressor em uma posição mais "digna". Observou o homem andar calmamente em sua direção.
Era certo que aquele encontro estava rompendo todas as tradições milenares . Nunca,em toda a história de guerra entre os dois clãs havia tido uma situação similar àquela que passava agora. O arranjo fora simples,ele a contatou pelo celular e disse que gostaria de resolver aquilo de uma forma diferente da que havia sido imposta pelos pais. Estavam em mundo moderno,porque não uma conversa? Ela concordou,só a ideia de ter que enfrentar aquela maldição familiar algum dia,lhe dava náuseas. Marcaram de se encontrar no prazo de duas semanas a partir do primeiro telefonema em uma região "Suíça" da cidade; não pertencia nem ao Clã de Emy (Gray), nem ao clã de James (Hughes).
James parou cerca de cinco passos distante de Emy, ela observou que àquela distância sua mente já começava a "perder o foco". Ela deu alguns passos para trás e sentiu uma nuvem cinza se distanciando de seu corpo.
- Olá,Hughes. Espero que você tenha feito como o combinado;seus capangas mereciam uma folga no sábado mais quente da estação,não acha?
-Claro,Senhorita,fiz como o mandado.
James retirou o chapéu em sinal de cortesia e ficou um momento em silêncio encarando sua "oponente". Emy percebeu que seus olhos passavam por uma mudança de cor intensa e ela sabia que isso só acontecia quando ele passava por fortes emoções. Fortes emoções? Se ele estivesse mentindo ela saberia em um segundo,ela era feita para isso,descobrir as mentiras dos integrantes do Clã Hughes.
Não se sabia ao certo em que ponto os Hughes e os Gray se diferenciavam do resto da raça humana;aparentemente eram idênticos. Tinham os mesmos hábitos alimentares e sociais. Depois de estudos concluiu-se que os "poderes" só apareciam quando integrantes das duas famílias estavam juntos. Eles tinham capacidades neurológicas desconhecidas de reconhecimento e agiam por instinto. Com o passar dos anos esse instinto foi dominado e hoje Emy e James podiam conversar tranquilamente sem se atacarem.
A dúvida permanecia com Emy,por qual emoção forte James passava nessa noite quente ?

3 de out. de 2009

Almost

Ela odiava isso, toda essa entrega que acontecia com um só toque dele. Como esse menino era capaz de fazer isso com ela? Ele tinha cara de criança, atitudes de criança, mas quando estavam só os dois, ali, sozinhos, ele se transformava. Virava um homem com vasta experiência no assunto, que sabia o que fazer, na hora e lugares certos.

Sentiu a mão dele deslizar com “precisão” por suas costas. Não era possível que ele estava “jogando” daquela forma com ela! Estavam na casa dos avós dela, diante de toda a família e a última coisa que ela queria era estar ali. Se não fosse o compromisso com os familiares ela já teria levado ele para qualquer canto escuro e bem escondido para que ela pudesse “dar o troco” nele da mesma forma que ele fazia com ela agora.

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De verdade, eu estava impressionado com o auto controle dela. Se ela estivesse fazendo isso comigo definitivamente eu não conseguiria discutir sobre a imigração européia no séc. XIX com duas primas nerds. Eu já estou me animando aqui e não é a minha nuca que está sendo beijada nem as minhas costas que estão sendo arranhadas. Modéstia à parte eu definitivamente sei como fazer tudo isso sem que ninguém perceba. Ainda bem, aliás, porque a gente ta no meio de uma reunião da família dela (lê-se muitos primos e tios superprotetores) e eu dou valor à minha vida.

Graças a Deus! As primas foram embora e agora só restou nós dois na mesa. Eu já posso sentir as engrenagens do cérebro dela trabalhando em um plano ardiloso para me dar o troco.

Ah, não. O que essa mão ta fazendo aqui na minha coxa? Não, não, não. Tô ferrado, o jogo começou. E a pior constatação? Ela é melhor jogadora que eu.

12 de set. de 2009

Me explica?

Ok,pra falar a verdade quando eu cheguei lá a primeira coisa que pensei foi: "que porra eu tô fazendo aqui?" Vamos combinar,eu sair pra beber,assim? Sem motivo nenhum? Exclusivamente para beber? Para,né?
Mas tudo bem,eu já tava lá,não iria ficar com cara de cu nem ia dar uma de "não,obrigada,não bebo". Se fosse pra ser assim,teria ficado em casa.
O pessoal era gente boa,todo mundo já tava um pouco alterado e eu já tava perdendo o equilíbrio. Me encostei na parede mais próxima e fiquei divagando sobre o rumo que a minha vida tava levando. Pensei na confusão que se encontrava meu coração e a falta de soluções que me incomodava tanto. Me desliguei do resto e fiquei só ali,quieta no meu mundo disléxico. Fiquei tanto tempo na mesma posição que minhas pernas começaram a ficar dormentes. Foi nesse momento que ele chegou e encostou na parede,ao meu lado.
Começamos a conversar e o assunto fluia naturalmente,sem silêncios constragedores ou coisa do tipo. Ele era bonitinho e se vestia bem,gostava de música e livros. Ok,o cara era gay? Não,era hetero. Fiquei um pouco em choque com essa raridade que estava ao meu lado mas relevei,ele não iria chegar em mim,definitivamente.
O tempo passou e as pessoas ao meu redor foram perdendo o contorno,o álcool estava,enfim,fazendo efeito e eu estava tendo meu primeiro porre. De repente percebi o que eu estava fazendo e joguei a garrafa de vodka para longe. Eu não seria uma dessas adolescentes que saíam virgens de casa e voltavam grávidas,com dez mil tatuagens e um olho roxo. Peguei no braço do tal menino e fui com ele até a padaria. Compramos uma coca (dizem que cafeína corta o efeito do álcool) e um drops de uma bala de hortelã qualquer.
Voltamos para a rua sem saída e eu me sentei no meio fio. Depois de meia hora eu já me sentia bem melhor e vi que excetuando Peter,eu era a única sã do grupo. Observei interessada meu companheiro de sanidade. Ele me olhava com igual interesse e quando nossos olhares se encontraram,deu alguns passos na minha direção. Estendeu a mão esquerda para mim.Não pensei em nada,só aceitei a oferta. Ele me puxou e envolveu minha cintura com seus braços magrelos. Deu uma risadinha como se soubesse o estado caótico do meu cérebro e colou nossas bocas de forma vagarosa.
Confesso que levei alguns minutos para realizar o que estava acontecendo comigo. Eu estava entorpecida e não era por causa do álcool ingerido anteriormente. Peter beijava de uma maneira tão suave que eu me vi surpresa com tanta delicadeza presente em um garoto de aparência rude.
Parei de pensar e me deixei levar pelo tato,pela emoção. Era inacreditável mas já que estava acontecendo,não iria deixar escapar,certo?
Quando o ar já era escasso em nossa "bolha particular" nos separamos e eu me deparei com o sorriso mais fofo do dia. Peter olhava pra mim como se o dia tivesse,enfim,ganho cor. Seus olhos brilhavam e refletiam a mesma felicidade que eu sentia. Ele me abraçou mais uma vez,me deu um delicado beijo no rosto e entrelaçou nossas mãos. Fomos andando juntos,sem rumo,envoltos em nossa bolha particular.

1 de set. de 2009

Futuro

Ouviu o barulho da porta fechando atrás de si e soltou um suspiro de alívio ao sentir a música tocando suavemente em seus ouvidos. A semana tinha sido tão cansativa,tão intensa que à fez desejar o final desta quase tão loucamente quanto uma adolescente em meio às provas da escola.
O que a cansava não era a correria do trabalho ou a cobrança de seus chefes;estava cansada emocionalmente. Sentia um aperto no coração intermitente e chorava com frequência sem motivo algum,aparentemente. Quando parava para pensar na causa de tais " reações" -por assim dizer- sentia-se impelida a pensar no passado. Aquele passado que tentava com todas suas forças deixar em uma gaveta bem escondida no seu "guarda-roupa" de memórias.
Sabia que não tinha como esconder mais,sentia falta da amiga de escola que sumira sem deixar vestígios. Sentia falta das conversas em lugares improváveis e das risadas que surgiam a todo tempo,mesmo quando estavam a ponto de sucumbirem às lágrimas. Sabia que provavelmente ela estava por ai,cuidando de alguma criança abandonada ou criando histórias que poderiam ser confundidas com trechos de um diário.
Ainda não entendia como uma pessoa tão inteligente e cheia de talentos tinha desistido de tudo para "ver o mundo de outro modo". Ora,quer ver o mundo de um jeito que não seja esse capitalista? Vá para a favela mais próxima,você nem precisa sair da cidade! Mas não,ela insistia em fazer tudo com afinco,sempre foi assim,desde nova. E por isso, juntou suas coisas e sumiu no mundo deixando apenas uma carta dizendo "desculpa pela falta de educação,sei que você tá morrendo de curiosidade pra saber onde eu estou". Como ela conseguia fazer piada com uma situação dessas?
Ela estava sim,morrendo. Mas antes fosse de curiosidade. Morria de saudades da amiga todos os dias. Fizeram tantos planos juntas na adolescência,sofreram tantas desilusões,conquistaram tantas coisas e agora ela sumia? Assim? Até um namorado havia arranjado!
Tirou a bolsa que pendia precariamente em seu ombro e jogou-a em direção ao sofá. Sentou-se no chão,tinha a impressão de que o ar ali em baixo era mais puro,vai entender. Elevou os olhos e permitiu-se,enfim,enxergar o que tentava não ver a semana toda. Era dia quatro de Fevereiro. Fazia dez anos que tinham se conhecido. Enxugou uma lágrima que temia em cair. Era difícil conviver com a ausência de sua "irmã gêmea emprestada" mas todos tinham que prosseguir,não?
Levantou-se,procurou no aparelho portátil de música a pasta de nome "sonhos". Tinham feito,há alguns anos ,uma coletânea de músicas que gostariam de assistir ao vivo interpretadas por seus compositores originais. Ligou o computador e ,em um ato de masoquismo, decidiu ver as fotos que tiravam quando estavam empolgadas na nova arte de fotografar. Pelo menos assim,pensou,tinha sua irmã mais nova ao seu lado.

18 de ago. de 2009

Hipocrisia

Liguei o computador,conectei-me à internet,entrei no lastfm.com e tandan! Qual não foi minha surpresa ao ver que RBD estava na lista das minhas cinco bandas mais ouvidas nos últimos sete dias.
Você deve está se perguntando: "E daí?" Bom,e daí que essa "bandinha" me fez pensar em inúmeras coisas. Tenho certeza que você,caro leitor, alguma vez na vida já descriminou um tipo de música, seja ele qual for.
Veja bem,não estou aqui querendo te passar o sermão nem nada disso,longe de mim! Estou aqui,porque percebi que até eu faço isso - esse "até eu" ficou um pouco presunçoso. Não,eu não me considero melhor que ninguém- sabe,essa coisa de "Eeca,você ouve pagode? Deus me livre." Falo tanto isso que outro dia, como dizem, "paguei minha língua" e me pegaram cantarolando Pixote durante aula. Está vendo? Você que zuava até o fim seu amigo pagodeiro,funkeiro ou rebelde, vai um dia ouvir uma música do tipo "eca" e vai sentir a mesma sensação gostosa que surgi em você ao ouvir Vanguart,Kooks ou The Used.
Música boa é aquela que te faz viajar,que te faz lembrar de uma época,de um cheiro,de um lugar,de uma pessoa. Não importa de qual tipo seja . Se te faz bem,qual o problema em ouví-la? E da próxima vez que falarem "Escuta essa música,cara,é legal",ouça.
P.S: Tentarei não julgar as músicas pelo rótulo,faça isso você também.

16 de ago. de 2009

Prólogo

Rafa sentou-se na pedra e deixou as ondas,suavemente,tocarem seus pés descalços estendidos na areia branca.
Era incrível o quanto aquela praia lhe trazia uma sensação de paz quase que súbita.
Ele realmente era um cara de sorte. Poder trabalhar em lugar tão calmo quanto esse valia toda a falação de seus amigos por tal escolha. Todas vez que eles se reuniam,era a mesma pergunta: "ainda trabalha na "reserva de hippie?". Rafael respondia,com toda sua tranquilidade,que sim;ainda trabalhava na "reserva de hippie"
Tudo bem,ele parecia um desses rapazes que só se alimentavam de junkie food,fumavam um cigarro atrás do outro,aproveitava qualquer desculpa pra sentar no bar e beber.Era certo que todos chegavam a essa conclusão por causa de seus jeans surrados,os all star em frangalhos e a blusa de banda que aparentava ter saído da boca de um leão. Mas quando as pessoas iriam parar de julgar umas as outras pela a aparência?
Ele admitia que já fôra assim,um desses jovens que levam o jargão punk a sério,mas ele havia mudado,quando as pessoas iriam perceber isso?
Há coisas que nos mudam para sempre,e foi assim que tudo aconteceu com Rafael.