31 de dez. de 2009
Pode ser sem título?
30 de dez. de 2009
Happy New Year
-Olha, aqui, seu idiota, eu já disse que não te traí, você quer mesmo terminar o nosso namoro por causa do imbecil do seu amigo? Beleza, termine, eu to nem ai, fico melhor sozinha. Agora saia da minha casa, é o ultimo dia do ano e eu preciso me arrumar pra festa na casa da Bianca.
-A gente termina o namoro e duas horas depois você já vai pra uma festa? Quanta sensibilidade.
- Eu não terminei namoro nenhum, você que ta aí achando que foi traído. O único que poderia te trair é esse seu ego imenso. Você realmente acha que eu ficaria em casa me lamentando por causa disso? No último dia do ano? Jamais.
-Sempre a Rainha da educação e da sinceridade, né?
- Você já acabou esse seu discurso? Tá realmente me dando sono e eu não quero chegar na festa cansada. Vou ter que contar até quanto pra você sair? Vou gritar meu pai, ele não vai gostar de ser incomodado, você o conhece.
-Então é isso, acabou assim?
-O que você quer que eu faça? Rasteje aos seus pés implorando perdão por uma coisa que eu não fiz? Se você ta esperando isso de mim veio à pessoa errada. Ah, Feliz Ano Novo.
14 horas depois...
-Eu pensei que fosse piada quando minha mãe me disse. Levanta, agora.
-Como foi sua passagem de ano, amorzinho?
-Eu não sou seu amorzinho, quantas vezes terei de te dizer isso? Aliás, como você convenceu minha mãe a te deixar ficar aqui esse tempo todo? Tira os seus pés imundos da minha cama. Obrigada.
-As pessoas normais se solidarizam umas com as outras no Ano Novo, sempre foi assim. Só que você não sabe né? Você não é normal. Mas me explique, porque a preocupação? Você sempre disse que não se importava, quem lavava era a máquina mesmo... resolução de Ano Novo? “Prometo ter mais respeito com o trabalho dos eletrodomésticos de minha casa...”
-Olha, eu cheguei agora e to muito a fim de tomar o café da manhã com os meus pais tranqüila. Não quero me estressar no primeiro dia do ano, será que você pode, por favor, ir embora da minha casa? E eu sempre me importei, você nunca colocou os pés calçados na minha cama.
-Café da manhã? Ótimo, to morrendo de fome. Você vai ficar parada ai ou vai vir também?
- Eu mereço.
- Tá legal, você não merece, ok? Eu vou deixar de ser inconveniente, mas você pode me escutar um instante, por favor? Prometo que serei sucinto.
-Você já perdeu 10s com essa conversa mole.
-Olha, eu menti, ta legal? O Léo não me falou nada; ele não te viu na lanchonete com um cara alto e bombado. Quem inventou tudo isso fui eu.
-Você? Eu sempre soube que você não era normal; mas chegar a esse ponto? Chegar ao ponto de inventar que foi traído? Tudo isso por quê? Você ta assumindo de vez que é o covarde que eu sempre achei que fosse e inventou essa mentira descarada pra ter um motivo pra terminar comigo? Porque você não tinha coragem de dizer na minha cara “Eu não gosto mais de você, quero terminar”?
-Não, não é por isso, me deixe explicar, por favor. Eu sei qu-
-Não, não se dê esse trabalho, por favor. Vai ferir seu ego ter que se rebaixar e se explicar desse jeito para mim. Vou poupar sua voz: eu nunca gostei de você e quero terminar, satisfeito? Ah, esclarecendo, o cara não era bombado e nós estávamos na praia, não na lanchonete.
1 de nov. de 2009
Lugar Qualquer
6 de out. de 2009
Conto de Verão
3 de out. de 2009
Almost
Ela odiava isso, toda essa entrega que acontecia com um só toque dele. Como esse menino era capaz de fazer isso com ela? Ele tinha cara de criança, atitudes de criança, mas quando estavam só os dois, ali, sozinhos, ele se transformava. Virava um homem com vasta experiência no assunto, que sabia o que fazer, na hora e lugares certos.
Sentiu a mão dele deslizar com “precisão” por suas costas. Não era possível que ele estava “jogando” daquela forma com ela! Estavam na casa dos avós dela, diante de toda a família e a última coisa que ela queria era estar ali. Se não fosse o compromisso com os familiares ela já teria levado ele para qualquer canto escuro e bem escondido para que ela pudesse “dar o troco” nele da mesma forma que ele fazia com ela agora.
----------------------------------
De verdade, eu estava impressionado com o auto controle dela. Se ela estivesse fazendo isso comigo definitivamente eu não conseguiria discutir sobre a imigração européia no séc. XIX com duas primas nerds. Eu já estou me animando aqui e não é a minha nuca que está sendo beijada nem as minhas costas que estão sendo arranhadas. Modéstia à parte eu definitivamente sei como fazer tudo isso sem que ninguém perceba. Ainda bem, aliás, porque a gente ta no meio de uma reunião da família dela (lê-se muitos primos e tios superprotetores) e eu dou valor à minha vida.
Graças a Deus! As primas foram embora e agora só restou nós dois na mesa. Eu já posso sentir as engrenagens do cérebro dela trabalhando em um plano ardiloso para me dar o troco.
Ah, não. O que essa mão ta fazendo aqui na minha coxa? Não, não, não. Tô ferrado, o jogo começou. E a pior constatação? Ela é melhor jogadora que eu.