30 de abr. de 2011

Profusão alfabética

Quando eu disse que viria escutei “não vai ter volta”. Escutei que não seria férias e que “não vai ter mamãe pra fazer as coisas pra você”. Ignorei tudo e vim. E em algumas dezenas de dias tanta coisa mudou que eu ainda me sinto confusa, às vezes.

Cheguei à conclusão de que saudade surge com um dia longe de quem você ama e que isso é mais normal aqui do que ficar bêbado numa cervejada qualquer. Todo mundo sente saudade. Isso já é tema corriqueiro nas rodinhas de conversa. “Vai pra casa hoje?” não é uma pergunta sem noção a ser feita. E pensar todos os dias “queria tá em casa” também não é sem noção.

Aprendi que sentir falta é diferente de sentir saudades. Sente-se falta das conversas nos intervalos entre as aulas, do barulho de gente em casa, da mãe chamando pra almoçar. Sente-se saudade de poder chegar em casa e abraçar a mãe. De ligar pra amiga e combinar o cinema da semana. De tomar café da manhã às 10:00 ouvindo Itatiaia. Aprende-se que sentir é mais difícil quando se está longe. Que até pra sentir sozinho uma pessoa ao lado é bom. Confuso não?

Aceitei que agora é tudo mais intenso. E profuso. As lágrimas cotidianas e os risos raros. Gargalhadas? Não como antes. Amor? Mais forte que nunca. Realmente,mais do que o nunca. Porque você nunca achou que fosse dar certo de fato. E não deu. Ou deu.

Sei lá, só sei que agora também uso mais itálico. É a intensidade das coisas. Das palavras.

2 de abr. de 2011

Brilho

O mais incrível é constatar que um sentimento pode crescer independente da distância e do tempo. Será que tudo é uma questão de vontade? Será que tudo é uma questão de vontade? Eu não escolhi sentir isso, escolhi? Às vezes acho que não, que os sentimentos vêm, nos derrubam,nos levantam, independente da nossa vontade. Mas aí vem aquela lembrança de um dia em que tudo que me vinha à cabeça era relacionado a você e eu penso: eu tentei impedir que isso acontecesse? Não, muito pelo contrário. Tudo o que eu fiz foi ir pra casa o mais rápido possível para poder pensar só em você: sem interrupções ou pensamentos não relacionados ao assunto principal: nós dois.
Então a verdade é essa; tudo o que se sente, sente-se por vontade própria. E eu não tenho vergonha do que sinto por você. Posso não sair por aí contando para todo mundo que o dia fica realmente mais bonito quando você está comigo. Isso realmente não faço. Mas para você, ah, pra você eu faria as maiores e mais belas declarações. Faria quantas vezes você quisesse. Faria só porque o seu sorriso e as suas bochechas vermelhas de vergonha para mim ( por mim?) valem mais do que mil dias de sol, céu azul, lua cheia ou estrelas brilhantes. Não há brilho no mundo sem seus olhos castanhos brilhantes . Não no meu mundo. Não no mundo que construí para você.