9 de jan. de 2010

Socialismo Libertário

Andávamos juntas, conversando sobre um assunto qualquer que se tornou instantaneamente desinteressante ao vê-lo. Minha amiga não reparou a presença dele da mesma forma que eu. Mesmo uns dez metros distantes, eu concentrei meus olhos míopes nele. A princípio não o reconheci; olhava porque ele havia despertado certo interesse em mim. Blusa branca com estampa vermelha revolucionária; calças jeans apertadas e tênis iguais aos meus. O cabelo maior do que o de costume, os olhos brilhantes...

De repente estávamos perto um do outro. Dois metros de distância; um talvez? Meu coração não ajudava na hora de fazer as contas; saltitava sem controle.

Então, me esqueci do resto, das coisas que aconteciam ao meu redor. Alguém falava comigo? Eu só conseguia enxergá-lo. Há quanto tempo não nos víamos; três meses, quatro? Ele havia crescido, não era possível. Ah os olhos, olhos tão brilhantes e tão marcantes que mesmo distante eu havia reparado.

Claro, não posso me esquecer do abraço. Braços quentes ao meu redor. Onde estava o perfume que me embriagava? Não pude senti-lo. Porque os braços já me largaram? Não, voltem aqui!

“Tchau, Anarquista”. Eu disse realmente isso? Como eu sou burra... Queria ter tido mais tempo. Mais um abraço talvez? Passar minhas mãos entre seus cabelos rebeldes, inebriar-me em seu cheiro, sentir seus lábios em minhas bochechas. Ou então, quem sabe só observar seus olhos mais uma vez.

6 comentários:

  1. uahuhehuae, que bonitinho o texto! gostei dos olhos, e da parte do perfume também... :D

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  2. Percebo semelhanças com a vida real, com seus comentários sobre uma certa pessoa. Estou certa?

    Você ficou frenética agora na postagem de textos, hein?

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  3. Aii... adoro ser a amiga que aparece nos seus textos e nos da Gabi!
    hauhaua
    Vc devia ter me falado como vc estava, amiga! Vc foi tão imparcial...

    Belo texto ;)
    xoxo

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  4. A pouco postei um texto sobre não fazer o que realmente queremos,ou dizer o que dá vontade,por que eu sempre tenho a coragem pra dizer o que quero,mas nunca fazer o que desejo...Acho que os atos acabam nos denunciando muito mais do que palavras,que podem ser perder no ar,estão soltas,mas atos marcam né?
    Mas o pior é o arrependimento de não ter feito,e aquilo martela em nossa mente,não sabemos como teria sido..
    Me identifiquei com o post,acho que ja deu pra perceber...to seguindo vc ok?Bjusss

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  5. huuumm...
    semelhanças ou meras coincidências bellozinha?
    HAUHAUHAUAHUAHUAH

    Mas o texto tá muito bom, afinal você arrasa né? rsrs

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