1 de mar. de 2013


Percebe-se que é de verdade quando um gesto muda uma decisão. Um dar de ombros, uma piscadela de lado. Um sorriso bobo. Um estender de mãos. Quando se encontram, as duas partes da unidade, tem-se a perfeição. Essa coisa intangível, buscada sempre. Uns acham que ela não existe, que é inalcançável. Outros não desistem, perseveram numa luta sem fim e não se dão conta de que têm como inimigo a si mesmo.
Ela existe, é tangível como o ar que se respira. É uma forma disforme, paradoxal em sua essência que se realiza na imperfeição. Para se ser perfeito basta aceitar a imperfeição.
Perfeição e amor andam juntos. Por isso tantas desilusões e lágrimas. A procura incessante pelo amor torna o ser humano cego ao óbvio e próximo: o verdadeiro amor. Ele ta sempre à espreita. À espreita no vizinho, no mercado ou no ônibus. Mas ta à espreita no tempo, esse grande controlador de vidas e destinos que dá tanto quanto tira.
Quando a busca pelo amor cessa, entra-se no âmbito da perfeição. Mas vida nenhuma será perfeita sem a imperfeição do outro para acompanhar. Paradoxo assim faz-se a felicidade e as partes se tornam o todo. A vida. E o fim. 

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